quarta-feira, 27 de março de 2013

Família, escola do Perdão e da Vida

Sabe qual é a maior família
que existe? É a que nós
possuímos, por mais frágil e
complicada que ela seja.
Sabe qual é o pior inimigo do
real? Pensou? O pior inimigo
do real – da família real,
daquela que temos – é o
ideal. É aquela “ideia” que
carregamos acerca de um
modelo, cuja realidade toda é
“obrigada” a se adequar, mas
que – definitivamente – não
corresponde à nossa
realidade.
Nem sempre o real
corresponderá aos nossos
ideais, e quase perenemente
precisaremos, com leveza e
maturidade, nos reconciliar
com o real para podermos, a
partir dele, construir uma
encarnada felicidade. A
felicidade só será possível a
partir da verdade e da
realidade que,
verdadeiramente, nos
compõem.
Como dizia o poeta: “Eu sei
que a vida devia ser bem
melhor e será, mas isso não
impede que eu repita: é
bonita, é bonita e é bonita
(Gonzaguinha). E por mais
que a vida nos apresente
problemas e deformidades,
ela sempre será um palco de
belezas no qual precisaremos
protagonizar nossa história.

Nossos familiares são mesmo,
inúmeras vezes, imperfeitos
e muito difíceis de conviver.
Todavia, é no solo dessa
verdade (de nossa verdade)
que precisamos nos assumir
e, com bravura e heroísmo,
nos lançar na construção da
felicidade e de suas
específicas exigências.
Precisamos amar e valorizar
a família que temos: o pai, a
mãe, os irmãos que Deus nos
deu, independentemente de
como são. Sem dúvida, isso
não é fácil e se revela como
realidade muito desafiadora.
Entretanto, ninguém poderá
construir uma vida
verdadeiramente feliz sem
ter a consciência tranquila
pelo fato de ter lutado pelos
seus e de não os ter
abandonado em virtude de
suas fraquezas.
Percebo como muito sábio e
real o ditado que diz: “Quer
conhecer alguém? É só
observar como ele trata seus
pais”, pois uma consciente e
constante atitude de desamor
com relação aos próprios pais
revela uma séria e profunda
deficiência no caráter e na
forma de se relacionar.
Nossos familiares (os pais e
os demais) manifestam
nossas raízes e nossa
identidade, e negá-los seria
negarmos a nós mesmos.
Nossa família sempre
oferecerá possibilidades, seja
por meio de alegrias ou de
dores, para nos tornarmos
pessoas melhores. Nela,
poderemos viver a relação e
a abertura aos demais (não
sem conflitos, é claro), assim
compreendendo que não
somos o centro “absoluto” do
mundo.
Na família aprendemos –
por bem ou por mal - a
repartir o que temos e o que
somos, com a possibilidade
de, constantemente,
frequentar a escola do
perdão. Assim aprenderemos
a oferecer, aos outros e a nós
mesmos, uma nova chance
diante de cada circunstância
ou erro cometido.
Pela família aprendemos a
compreender a imensa
fragilidade humana que
envolve a todos, percebendo-
nos também como seres
fracos e constantemente
necessitados de ajuda e
atenção.
Enfim, a família é uma
escola de vida e de
construção da felicidade;
nela, o ser tem espaço para,
de fato, “ser” e acontecer.

(Trecho extraído do livro
"Construindo a felicidade" )

Nenhum comentário:

Postar um comentário