segunda-feira, 25 de março de 2013

A MATURIDADE DA IGREJA

Durante muitos séculos da
História da Igreja, sobretudo
por ocasião dos Conclaves
para eleger o novo Pontífice,
as interferências políticas
dos governos foram brutais.
Reis, imperadores, ditadores
e presidentes procuravam
influenciar diretamente nas
eleições do Papa: “Diga aos
cardeais que o meu
candidato é fulano”, ou
“Informe os eleitores que
não aceitarei como Papa
beltrano” ou ainda “Todos
saibam que a eleição de
sicrano provocará
rompimento com a Santa
Sé”. Com o correr dos
séculos, a Igreja aprendeu a
livrar-se de tais
interferências.
Nos tempos modernos, surgiu
um novo modelo de impor
candidatos: é a pressão
midiática, as pesquisas de
opinião, as casas de apostas,
as declarações de
“vaticanistas”. A intenção de
tais manipulações –
completamente irreais – é
fazer a cabeça dos cardeais
e, assim, colocar, no poder, as
pessoas de seus interesses,
que sigam as linhas de
atuação prescritas pelos
autores.
A eleição do Papa Francisco
veio demonstrar a liberdade
de espírito do Colégio
Cardinalício. Votaram
conforme a sua consciência.
Isso causa em todos os
católicos uma tranquilidade e
segurança quanto à lisura da
escolha.
O caso atual (sem pôr em
dúvida os últimos dez Papas),
comprova que a preocupação
não é a política ou outros
interesses menores. A
preocupação é bíblica: “É
preciso que um deles se junte
a nós para testemunhar a
ressurreição” (At 1,22).
Em outras palavras, o Papa
deve ser alguém que “viu o
Cristo”, e d'Ele dê
testemunho a partir de sua
experiência de vida.
Pelas apresentações até
agora ocorridas, percebe-se
que o Papa Francisco é um
homem de profundo trato
com o “Mestre e Senhor”. É
um homem de fé e oração
simples, até popular.
Os “hermanos” vão permitir
que, numa espécie de fogo
amigo, eu repita o bom
humor da minha roda de
amigos: “Enfim, um
argentino humilde!” Ou
ainda: “É a primeira vez que
se vê brasileiros trabalhando
em favor de um argentino”.
A escolha foi feliz, porque
ele [Papa Francisco] é uma
testemunha autêntica de
Jesus. Embora a idade não
permita atrasos, pela graça
do Espírito Santo ele
produzirá frutos em honra do
Pai.
Pedimos ao Senhor que o
abençoe e ao povo que o
acolha como legítimo
sucessor de Pedro.
Dom Aloísio Roque
Oppermann, scj
Arcebispo Emérito de
Uberaba

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