quinta-feira, 13 de junho de 2013

10 Dicas para um bom namoro

1 – Só comece a namorar quando tiver a convicção de que quer, um dia, se casar. Sem um objetivo na vida, tudo o que fazemos fica vazio; o namoro também, se não tem uma meta, não tem sentido.

2 – Antes de começar a namorar alguém, conheça-o bem por meio de uma boa amizade. É na amizade que surge o namoro, e ela serve também como um pré-namoro. Não seja afoito, não comece a namorar só porque o outro (a) tocou seu coração; conheça-o primeiro.

3 – Faça do seu namoro um tempo de conhecimento do outro e um meio de o outro conhecer você. Sem isso não será possível saber se o namoro deve continuar ou não. Não se ama quem não se conhece. Então, cada um se revele ao outro com sinceridade.

4 – Não tenha medo de mostrar ao outro a sua realidade e a de sua família. Se ele ou ela não o aceitar como você é, e também sua família, com todas as qualidades e defeitos, é porque não o ama de verdade. 5 – Faça o outro crescer. Namoro é tempo de crescer a dois, pelo fermento do amor, da renúncia, do sacrifício pelo outro. Um relacionamento, no qual ambos não crescem humana e espiritualmente, por estarem juntos, é vazio e deve acabar.

6 – Não deixe o egoísmo tomar conta do relacionamento, pois um casal egoísta é como duas bolas de bilhar que só se encontram para se chocarem e se separarem. O egoísmo mata o amor e destrói o relacionamento.

7 – Não faça do seu namoro uma vida de casado, com vida sexual e intimidades conjugais. Amanhã, o namoro pode terminar e a marca ficará em você, sobretudo, na mulher. Só tem sentido entregar-se a alguém que, antes, colocou uma aliança em sua mão esquerda e lhe jurou amor e fidelidade até o último dia de sua vida. Não desvalorize suas decisões, seu corpo e sua vida.

8 – Não prenda seu namorado pelo sexo, não faça dele uma “arma”, porque a “vítima” pode ser você. Quantas ganharam uma barriga antes da hora, sem ter um berço e um teto para seu filho! Ele merece mais do que isso.

9 – Não tenha medo de terminar um namoro, no qual só existe briga e reclamação; não empurre o problema com a barriga. Namoro é tempo de conhecer e escolher sem pressa e sem paixão que cega a razão. É melhor chorar uma separação, hoje, do que depois de casados.

10 – Não deixe Deus fora do seu namoro, pois foi Ele quem nos criou, foi Ele quem instituiu o casamento entre um homem e uma mulher e será Ele quem os unirá para sempre. Deixe que a mão forte de Cristo esteja entre as suas mãos fracas.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O Caminho Neocatecumenal sai as praças de Brasília para evangelizar no Ano da Fé

Com motivo do Ano da Fé inaugurado
pelo papa Bento XVI no último 11 de
outubro, o Caminho Neocatecumenal
organiza a grande missão «Ano da Fé», que consiste em sair à rua para
evangelizar em mais de 10.000 praças
disseminadas pelo mundo inteiro.

Seguindo a proposta do Ano da Fé de
“intensificar o testemunho da
caridade”, o Caminho Neocatecumenal evangeliza nas ruas e praças durante os domingos de Páscoa (7, 14, 21 e 28 abril, e 5 maio). No Brasil, grupos de fiéis de diversas
paróquias, junto aos seus sacerdotes e
com o respaldo dos bispos,
evangelizam em mais de 350 praças de
oitenta dioceses.

Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de
Brasília, tem encorajado aos membros
do Caminho nesse contributo na
evangelização com motivo do Ano da
Fé. Na Arquidiocese de Brasília, os
encontros acontecem em várias praças e locais do Distrito Federal.

Confira na seguinte lista:
1. Rodoviária de Brasília às 10 h.
2. Eixão do Lazer, Asa Norte Qd
108/109 às 10 h.
3. Estacionamento do Estádio
Agostinho Lima, em Sobradinho às
09:30 h.
4. Praça Central, em Paranoá às
10 h.
5. Praça da Bíblia, em Paranoá às
15 h.
6. Praça 49, em Itapoá às 10 h.
7. Praça do Relógio, em
Taguatinga às 15 h.
8. Praça da Arniqueira, em
Águas Claras às 16 h.
9. Praça da Quadra 6/8, em
Águas Claras às 15 h.
10. Estacionamento ao lado
Praça de Esporte (Residencial Santos
Dumond), em Santa Maria às 10h30 h.
11. Quadra 40/42 (em frente ao
mercado Pessoa), em M Norte –
Taguatinga às 9 h.
12. Quadra 38/40 (em frente ao
mercado Centro Oeste), em M Norte
– Taguatinga às 9 h.
13. Quadra 36/38 (em frente ao
Mercado Martinez), em M Norte –
Taguatinga às 9 h.
14. Praça do Birimbal - QNL 28,
em M Norte – Taguatinga às 10 h.
15. Praça da QNL 5/7, em
Taguatinga Norte às 9 h.
16. Praça do Supermercado Tókio
– Setor QNH, em Taguatinga Norte às
10 h.
17. Quadra 317 (ao lado do
supermercado Ponto Alto), Santa
Maria às 10h.
18. EQ 417/517 (em frente ao
Supermercado Silva), Santa Maria às
15h30 h.
19. Quadra 2/4 Norte (atrás do
Santuário Menino Jesus de Praga), em
Brazlândia às 15 h.
20. Praça da QSF 02, em
Taguatinga Sul às 15 h.
21. Avenida P3 (em frente ao
supermercado Veneza), em Ceilândia
– P Sul às 15h.
22. Avenida P 2 (em frente ao
Supercei), em Ceilândia – P Sul às 15
h.
23. Em frente à Paróquia N. Sra.
do Perpétuo Socorro, em Lago Azul
(GO) às 10h.
24. Praça da Quadra 503, em
Samambaia Sul às 15 h.
25. Praça da Quadra 407, em
Samambaia Norte às 15 h.
26. Praça da EQNP 24, em
Ceilândia às 16 h.
27. Praça da Quadra 300 (em
frente ao Tatico), em Recanto das
Emas às 10 h.
28. Praça da EQNM 8/10, em
Ceilândia às 15 h.
29. Av. Recanto das Emas,
quadra 103 (em frente ao Giraffas),
em Recanto das Emas às 15 h.
30. EQNM 21/23
(estacionamento em frente à Paróquia
Santo Antônio), em Ceilândia às 9 h.
31. Praça da Vila Matias, em
Taguatinga Sul às 15 h.
32. Praça da QSF 02, em
Taguatinga Sul às 9 h.
33. QN 14 – Quadra de Esportes,
em Riacho Fundo II às 15 h.

Desse modo, o Caminho oferece o seu
contributo para o anúncio do querigma neste Ano da Fé. Nos locais já demarcados para os encontros pascais, um grupo de 150 irmãos das
comunidades neocatecumenais se
reúne nos domingos citados sempre no
mesmo local e horário.

Alguns cantos preparam o ambiente
para chamar as pessoas que estão
passando naquele local. Depois tem
alguns testemunhos de jovens dando a
experiência da fé em suas vidas.
Imediatamente depois um catequista
dá uma catequese e o anúncio do
querigma para todos aqueles que estão
presentes, finalizando com uma oração e um canto à Virgem Maria.

Os encontros são realizados tendo por
base os seguintes assuntos:

1º Encontro (7 de abril): Quem é
Deus para Você? Você acredita em
Deus? Por quê? Você experimentou
na sua vida que Deus existe? Você
sentiu a sua ajuda?

2º Encontro (14 de abril): Quem
é você? Por que você vive? Qual é o
sentido da sua vida? Você é feliz?

3º Encontro (21 de abril): O
anúncio do Kerigma.

4º Encontro (28 de abril): O
Kerigma nas Sagradas Escrituras.

5º Encontro (5 de maio): O que é
a Igreja? Qual é a sua experiência da
Igreja? Você gostaria de ser ajudado
por uma comunidade cristã?

Após estes encontros, se algumas
pessoas quiserem continuar, serão
encaminhadas às paróquias onde
continuarão as catequeses para jovens
e adultos que selarão o querigma
recebido.

Fonte: Arquidiocese de Brasília (Assessoria de Comunicação do
Caminho Neocatecumenal)

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O seu desejo é a sua oração

“Meu coração grita e geme
de dor” (Sl 37,9). Há gemidos
ocultos que não são ouvidos
pelos homens. Contudo, se o
coração está possuído por tão
ardente desejo que a ferida
interior do homem se
manifesta em sons externos,
procuramos a causa e
dizemos a nós mesmos: talvez
ele tenha razão de gemer e,
talvez, lhe tenha sucedido
algo. Mas quem pode
compreender esses gemidos,
senão aquele a cujos olhos e
ouvidos eles se dirigem? Por
isso diz: “Meu coração grita
e geme de dor”, porque os
homens, se ouvem, às vezes,
os gemidos de um homem,
ouvem, frequentemente, os
gemidos da carne; mas não
ouvem o que geme em seu
coração.

E quem seria capaz de
compreender por que grita?
Escuta o que diz: “Diante de
vós está todo o meu
desejo” (Sl 37,10). Não
diante dos homens, que não
podem ver o coração, mas
diante de vós está todo o meu
desejo. Se, pois, o teu desejo
está diante do Pai, Ele, que
vê o que está oculto, o
recompensará.

O seu desejo é a dua oração;
se o desejo é contínuo,
também a oração é contínua.
Não foi em vão que o
Apóstolo disse: “Orai sem
cessar” (1Ts 5,17). Será
preciso ter sempre os joelhos
em terra, o corpo prostrado,
as mãos levantadas, para que
ele nos diga: “Orai sem
cessar”. Se é isto que
chamamos orar, não creio
que possamos fazê-lo sem
cessar.

Há outra oração interior e
contínua: é o desejo. Ainda
que faças qualquer outra
coisa, se desejas aquele
repouso do Sábado eterno,
não cessas de orar. Se não
queres cessar de orar, não
cesses de desejar.
Se teu desejo é contínuo, a
tua voz é contínua. Ficarás
calado, se deixares de amar.
Quais são os que se calaram?
Aqueles de quem foi dito: “A
maldade se espalhará tanto,
que o amor de muitos
esfriará” (Mt 24,12).

O arrefecimento da caridade
é o silêncio do coração; o
fervor da caridade é o
clamor do coração. Se tua
caridade permanece sempre,
clamas sempre; se clamas
sempre, desejas sempre; se
desejas, tu te recordas do
repouso eterno.

“Diante de vós está todo o
meu desejo”. Se o desejo está
diante de Deus, o gemido não
estará? Como poderia ser
assim, se o gemido é a
expressão do desejo?
Por isso o salmista continua:
“Meu gemido não vos é
oculto” (Sl 37,10). Não é
oculto para Deus, mas o é
para a multidão dos homens.
Ouve-se, por vezes, um
humilde servo de Deus dizer:
“Meu gemido não voa, é
oculto” e vê-se também esse
servo sorrir. Será por que o
desejo está morto em seu
coração? Se o desejo
permanece, também
permanece o gemido; este
nem sempre chega aos
ouvidos dos homens, mas
nunca está longe dos ouvidos
de Deus.

Santo Agosinho, Bispo e
Doutor da Igreja
(Extraído do livro “Alimento
sólido”)

terça-feira, 9 de abril de 2013

Os filhos nos educam

Os pais são educados
mediante a educação dos
filhos. A razão é muito
simples: ninguém pode
ensinar o bem sem vivê-lo;
não dá para falar em
honestidade para o filho, sem
praticar esta virtude; e assim
por diante.

Não só na exigência da
prática das virtudes para
poder bem educar, mas
também em muitas outras
coisas somos educados
enquanto educamos, e assim,
a família se torna, também
para os pais, um educandário.

Ao educar os filhos você vai
notar que nem sempre tudo
sai bem, como a gente quer,
então somos obrigados a
exercitar a paciência, a
tolerância, a bondade, etc.
Muitas vezes aprenderemos
que é preciso esperar e ter
fé. Aprendemos que o
trabalho em equipe é
melhor, que a perseverança
foi fundamental para
resolver aquele problema.

Certa vez um dos nossos
filhos, com apenas oito anos
de idade nos deu uma grande
lição, sem dizer nada. Era
nosso costume rezar o Terço
com eles desde pequenos; e
um dia, antes da oração, eu
lhes contei que algumas
pessoas rezavam o Terço em
cruz, isto é, com os braços
abertos e na horizontal,
como penitência. Contei isto
sem pretensão alguma de que
eles o fizessem. Mas qual não
foi a nossa surpresa quando o
menino nos disse: “pois eu
hoje vou rezar o Terço em
cruz!”. E ficou com os braços
abertos por mais de vinte
minutos até que tudo
terminasse.

Por mais que eu insistisse
com ele que já estava bom,
que podia baixar os braços,
não o consegui convencer.
Fiquei abismado! Aprendi a
respeitar mais a criança.
Outra vez tive que passar
uma noite em claro no
hospital com um deles com
uma crise aguda de
bronquite. Quanta coisa se
aprende quando se passa uma
noite em claro em um
hospital...

Quantas lições de caridade,
bondade, meiguice, pureza,
naturalidade,
espontaneidade, as crianças
nos dão. Não é à toa que
Jesus disse que para entrar no
Reino dos céus temos que nos
“tornar crianças”.
Elas nos dão grandes lições:
não se preocupam com o dia
de amanhã, vivem
intensamente o presente,
confiam em alguém com
todo o coração, não se dão ao
luxo e aos caprichos dos
adultos. Não fazem
discriminação de pessoas e se
adaptam com facilidade a
qualquer lugar.
Aprenda com os filhos.

(Trecho extraído do livro
“Educar pela conquista e
pela fé”)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sexualidade, linguagem do amor

Na sexualidade se acham
implicadas todas as
dimensões do ser humano.
Conhecer a pessoa humana
em sua globalidade é definir
também a sua sexualidade
dentro de uma antropologia
cristã. A moral cristã busca, a
partir de uma antropologia
cristã, conhecer e
aprofundar-se no que diz
respeito à sexualidade, com o
objetivo de apresentar uma
proposta de comportamento
humano de acordo com a
exigência de sua vocação
humana (o chamado de Deus
para viver a sexualidade
conforme os valores do Reino
de Deus, dentro do amor
conjugal) que seja integrado,
humano e humanizador.

O critério da integração
autêntica de todo o sexual e,
portanto, da vida sexual
verdadeiramente humana, é
o amor conjugal, na medida
em que a sexualidade é
mediação configuradora
desse amor.

O amor conjugal refere-se a
algo já preestabelecido, pois
fundamentalmente o homem
está destinado à mulher e a
mulher ao homem. São seres
que se complementam. A
sexualidade é a inscrição, na
própria carne e em todo o
ser, de que os indivíduos não
foram feitos para viverem
isolados. É a expressão da
linguagem de amor mútuo,
por isso mesmo não pode ser
considerada simplesmente
um instinto fisiológico.

A pessoa humana se realiza
no relacionamento
responsável e de amor. Por
ser um modo de aproximação
do outro, ela pode ajudar a
promover o desenvolvimento
da personalidade ou bloqueá-
lo. Pode, portanto, em alguns
casos, criar conflitos em vez
de aproximação.

A felicidade é um objeto
constantemente buscado pelo
homem. Não importa o que
faça, todas as suas ações
estão destinadas ao encontro
da felicidade. Para que isso
se realize de fato, o homem
precisa enfrentar o desafio
de educar a sua própria
sexualidade, encontrar um
modo de domínio sobre ela.

A plenitude pessoal
alcançada pela sexualidade
só pode acontecer na vida
matrimonial, pois a
sexualidade é a expressão do
nosso modo de amar. Por ser
algo de tão grande valor e
dignidade, a sua
desintegração (a sexualidade
quando não é uma resposta
ao chamado de Deus, voltada
para a prostituição, estupro,
pedofilia) pode ser
destruidora.

Padre Mário Marcelo Coelho,
scj
(Extraído do livro
“Sexualidade, o que os jovens
sabem e pensam...” )

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O que é a sadia convivência?

Faz parte do carisma da
Comunidade Canção Nova
uma regra de vida muito
importante: homens e
mulheres vivendo, juntos, em
sadia convivência. Mas o que
é isso? É viver com
naturalidade e sinceridade os
nossos relacionamentos - o
termo "sadio" é antônimo de
"doente".

Hoje, vivemos numa
sociedade doente, marcada
pela pornografia, pela
malícia nos relacionamentos,
pelas brincadeiras
inconvenientes, e tudo isso
conduz para o sensual. Mas
quando vivemos de forma
sadia, tudo isso precisa ser
eliminado. A Palavra de Deus
nos diz: “Não vos conformeis
com este mundo” (cf. Rm
12,2)

“A imoralidade sexual e
qualquer espécie de impureza
ou cobiça nem sequer sejam
mencionadas entre vós, como
convém aos santos. Nada de
palavrões ou conversas tolas,
nem de piadas de mau gosto:
são coisas inconvenientes;
entregai-vos, antes, à ação
de graças. Pois, ficai bem
certos: nenhum libertino ou
impuro ou ganancioso - que é
um idólatra - tem herança no
reino de Cristo e de
Deus” (Ef 5,3-5).

Tenho a graça de relacionar-
me bem com minhas irmãs e
com meus irmãos de
comunidade, e isso tem sido
para mim motivo de
realização pessoal, pois eu
era uma pessoa tímida,
introvertida, mas a nossa
sadia convivência curou
também o meu
temperamento, a minha
forma de lidar com as
pessoas.

Hoje, aconselho muitos
jovens e luto com eles na
busca da cura dos seus
afetos. Uma coisa está ligada
à outra, não podendo,
portanto, separar o afetivo
do sexual, sabendo que em
Deus buscamos o equilíbrio.
A comunidade nos ajuda a
buscar a santidade, ela nos
impulsiona a sermos santos.
Se você busca esses
propósitos, ressurge, no
coração, o desejo de
corresponder, buscando uma
vida íntegra e equilibrada.
“Filho, pecaste? Não tornes
a fazê-lo; e suplica pelas
faltas passadas, para que te
sejam perdoadas. Foge dos
pecados como de uma cobra:
se deles te aproximares, te
morderão” (Eclo21,1-2).

Há pessoas que, com a boa
intenção de ajudar o outro,
começam a se aproximar dele
sem conhecer suas
fragilidades. O resultado, no
entanto, pode ser desastroso,
porque, em vez de ajudar,
acabam provocando
sentimentos que prejudicam
a vida do outro. É
maravilhoso perceber essa
preocupação de São Pedro:
“Vociferando discursos
pomposos e vazios, aliciam
nas paixões carnais e na
libertinagem aqueles que há
pouco escaparam dos que
vivem no erro. Prometem-
lhes a liberdade, enquanto
eles mesmos continuam
escravos da corrupção. Pois
cada um é escravo de quem o
domina” (2Pd 2,18-19).

Dom Bosco dizia que para
salvar os jovens ele iria até
as últimas consequências,
mas era preciso ser prudente.
Há confusão quando não há
maturidade.
Temos um modelo na nossa
comunidade: Padre Jonas
Abib, o qual atingiu a
maturidade na sua
sexualidade. Assim como
Paulo diz às comunidades:
“Sede meus imitadores”, o
meu fundador também diz:
“Sejam meus imitadores,
meus filhos”. Mas é preciso
construir um caminho de
luta, de sacrifício, de esforço,
dedicação e zelo. Porém, se
você busca a castidade, mas
não consegue se desvencilhar
dos filmes pornográficos e
das sessões de piadas, como
ser curado?

A Igreja nos ensina que o
diabo não entra na nossa
vontade, ele apenas age de
acordo com nossas sensações,
nossos impulsos; ele percebe
que houve uma brecha
naquele determinado lugar e
entra. Dentro de você
precisa haver uma disposição
interior para fechar todas as
brechas.
Somente conseguiremos ser
homens profundamente
curados na nossa afetividade
e sexualidade pelo poder do
Espírito Santo. A cada dia,
peçamos esta graça para que
sejamos homens curados e
plenos do amor de Deus.

Padre Edimilson Lopes -
Comunidade Canção Nova
(Trecho extraído do livro "A
cura da nossa afetividade e
sexualidade")

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Tenha sempre tempo para os seus filhos

Os pais perdem os seus filhos de muitas maneiras, uma
delas é não tendo tempo para
eles. Trabalham, trabalham,
trabalham... No tempo
escasso que lhes sobram, não
podem estar com os filhos,
porque precisam descansar e
fazer "outras coisas".
Ora, educar os filhos é uma
tarefa que exige "estar com
eles". É preciso de tempo; e
tempo, convenhamos, é uma
questão de prioridade e
escolha. Se você não acha
tempo para o seu filho,
entenda, é porque ele não é
importante para você.

É acompanhando os
pequenos, no dia a dia, que
temos a oportunidade de
corrigi-los. Os pais precisam
participar da vida de seus
herdeiros, para que eles se
sintam valorizados e amados.
Precisam saber o que eles
estão estudando, como estão
indo na escola, que
problemas enfrentam. A
principal carência dos nossos
jovens, hoje, é a falta de
amor dos pais, que se
manifesta na sua ausência e
omissão.
Os filhos crescem rápido;
não mais do que 18 anos e
eles já estão se separando de
nós para viver a própria vida.
O que não foi feito na hora
certa, não poderá ser feito
depois.
Viva com o seu filho, viva no
meio dele, conheça seus
amigos, procure saber aonde
ele vai, com quem está.
Convide-o a trazer seus
amigos para a sua casa.
Participe amigavelmente de
sua vida.

(Trecho extraído do livro
"Educar pela conquista e pela
fé" de professor Felipe
Aquino)

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A FONTE DA JUVENTUDE

No dia 8 de dezembro de
1965, no final do Concílio
Vaticano II, entre as
mensagens dirigidas a vários
segmentos da sociedade, o
Papa Paulo VI pensou
também na juventude: «É a
vocês, rapazes e moças de
todo o mundo, que o Concílio
quer dirigir a sua última
mensagem. São vocês que
tomarão o facho das mãos de
seus antepassados e viverão
no mundo, nas
transformações mais
gigantescas de sua história.
São vocês que, recolhendo o
melhor do exemplo e do
ensinamento de seus pais e
mestres, constituirão a
sociedade de amanhã: vocês
se salvarão ou perecerão com
ela. Em nome de Deus e de
seu Filho Jesus os exorto a
alargar seus corações a todo
o mundo, a escutar o apelo
de seus irmãos e a pôr
corajosamente as suas
energias juvenis ao serviço
deles. Lutem contra o
egoísmo. Recusem-se a
fomentar os instintos da
violência e do ódio, que
geram as guerras e o seu
cortejo de misérias. Sejam
generosos, puros,
respeitadores, sinceros.

Construam com entusiasmo
um mundo melhor que o dos
seus antepassados!».
Não sei se, felizmente ou
infelizmente, entre os jovens
daquela época estava
também eu. A minha dúvida
nasce do exame de
consciência que as palavras
de Paulo VI me obrigam a
fazer. Ante a situação que
descortino em minha frente,
posso afirmar que trabalhei
para “construir um mundo
melhor que o de meus
antepassados”? Três anos
depois, em 1968, inúmeros
países assistiram a um
levante geral da juventude.
No afã de exigir mudanças –
que eram e continuam sendo
necessárias – muitos jovens
questionaram princípios e
valores e imprimiram um
novo rumo à humanidade.
Parece-me difícil avaliar
imparcial e corretamente
esse “novo rumo”, a meu ver
uma verdadeira mudança de
época cultural na história.
Mas, já que perguntar não
ofende, pode-se dizer, em sã
consciência, que hoje há
mais respeito, mais
tolerância, mais justiça, mais
paz, mais fraternidade do
que em 1968? Para mim,
uma coisa é certa: sem
conversão pessoal, o “mundo
que queremos” não passa de
palavras bonitas...

Muito oportuna, portanto, a
decisão da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil
em dar à Campanha da
Fraternidade de 2013 como
tema a juventude e como
lema a generosidade de
Isaías: “Eis-me aqui! Envia-
me!” (Is 6,8). Por ser amor,
Deus é sempre jovem. Por
isso, quanto mais perto dele
alguém se mantiver pelo
amor, mais bela, profunda e
duradoura será a sua
juventude. Mais do que uma
fase da vida, ela é um estado
de espírito. Há jovens que são
velhos. Deixando-se arrastar
pelo materialismo, tentam
preencher seu vazio
espiritual e psíquico com
miragens que lhes tiram a
esperança, as forças e o
rumo. «Onde estão os nossos
jovens?», foi a pergunta que
muitos se fizeram no dia 27
de janeiro de 2013, após o
incêndio numa boate de
Santa Maria, que vitimou
quase 250 deles.
Para os jovens que acreditam
que Deus tem sobre eles e
sobre a humanidade um
projeto de amor, o caminho a
seguir foi magistralmente
traçado há dois mil anos pelo
apóstolo João, o discípulo
que mais entendeu o coração
de Jesus: «Eu lhes escrevo,
jovens, porque vocês são
fortes, porque a Palavra de
Deus permanece em vocês e
vocês venceram o Maligno.

Não amem o mundo nem o
que há no mundo. Se alguém
ama o mundo, o amor do Pai
não está nele. Pois tudo o
que o mundo oferece – a
satisfação dos instintos, a
ânsia de brilhar e o apego à
riqueza – não vem do Pai,
mas do mundo. O mundo
passa com seus desejos
insaciáveis. Mas quem faz a
vontade de Deus permanece
para sempre» (1Jo 2,14-17).
É desde a mais remota
antiguidade que se procura a
fonte da juventude, a fonte
da alegria, a fonte da beleza,
a fonte do amor, a fonte da
vida. Graças a Deus, ela
existe: foi aberta no domingo
da Páscoa. «Fazendo-se
pecado» (2Cor 5,21), Jesus
tirou a força do pecado.
«Fazendo-se maldição» (Gl
3,13), transformou a
maldição em bênção. Se só se
salva o que se assume, é
preciso morrer para viver.
Quanto mais morte, mais
vida: «Quem pretende salvar
a vida, vai perdê-la. Mas
quem a perde por causa de
mim, vai encontrá-la» (Mt
16,25). Se «uma só coisa é
necessária», o que importa é
«escolher sempre a melhor
parte» (Lc 10,42). E ela
pertence a quem repete com
a vida: “Eis-me aqui! Envia-
me!” (Is 6,8). Somente assim
poder-se-á «construir um
mundo melhor que o dos
antepassados!». Inútil tentar
outro caminho!

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados (MS)

A vitória da vida

"Cristo ressuscitou, aleluia,
venceu a morte com amor,
Aleluia! Tendo vencido a
morte, o Senhor ficará para
sempre entre nós, para
manter viva a chama do
amor que reside em cada
cristão a caminho do Pai.
Tendo vencido a morte, o
Senhor nos abriu
horizonte feliz, pois nosso
peregrinar pela face do
mundo terá seu final lá na
casa do Pai". Ressoa o canto
transbordante de felicidade
nos lábios dos fiéis que
celebram a Páscoa de Cristo.
Preparados pela Mãe Igreja,
chegamos às celebrações
pascais, nas quais se
proclama e se experimenta a
vitória de Jesus Cristo sobre
o pecado, a tristeza e a
morte. A vida não é um beco
sem saída, mas fomos feitos
para experimentar a plena
comunhão com Deus e uns
com os outros!

O acontecimento da Morte e
Ressurreição de Jesus Cristo
está na raiz da vida dos
cristãos. Ser cristão significa
ser enxertado na realidade
sobrenatural do mistério
pascal de Cristo. Ser não
cristão é, simplesmente,
desconhecer ou desconectar-
se de modo consciente ou
inconsciente, da realidade
salvífica da Páscoa. A vida
nova que brota do Cristo
Ressuscitado é o mais
importante para os cristãos,
já que um mundo novo
começou com Ele, tudo se
fez realmente novo e a
morte não tem mais a última
palavra.
Nossa oração, as opções de
vida que fazemos, a
participação nos
Sacramentos, tudo tem sua
origem e aval de
autenticidade na Páscoa de
Cristo. Por isso nos reunimos
para celebrar a Páscoa neste
final de semana: na Quinta-
feira Santa, a Páscoa da
Ceia; na Sexta-feira Santa, a
Páscoa da Cruz; de Sábado
para Domingo, a Páscoa da
Ressurreição. Não fazemos
uma comemoração qualquer,
mas se torna presente a única
realidade do Cristo que
passou da morte à vida, e
somos chamados a participar
com Ele da morte ao homem
"velho" para viver o homem
"novo", no dizer do Apóstolo
São Paulo.

Tudo na Igreja celebra a
vitória de Cristo! Na Quinta-
feira Santa, vence o amor, o
espírito de serviço humilde
ao próximo do lava-pés e o
memorial permanente do
Cristo vivo, a Eucaristia. A
Sexta-feira Santa se celebra
com paramentos vermelhos,
o rubro do sangue, do fogo,
coragem, martírio: a morte
de Jesus é celebrada em sua
grandeza infinita, porque se
entregou por nós e em nosso
lugar, para que vença a vida!
Na Vigília Pascal e no
Domingo de Páscoa a luz de
Cristo vence as trevas. Nela
nascem para a vida no
Batismo os Catecúmenos e
nós participamos da
experiência dos que o
encontraram por primeiro,
Maria Madalena, Pedro e
João, os peregrinos de Emaús
ou os Apóstolos reunidos. Não
temos outra coisa a oferecer
a não ser dizer, com a mesma
pregação dos primeiros
cristãos, que Cristo morreu,
Cristo Ressuscitou, Cristo há
de voltar, Cristo é o Senhor!
Em nós existe a certeza de
que tal anúncio traz consigo
a força e o poder de salvação
para todos os homens e
mulheres de todos os tempos,
e que, fora de Jesus Cristo,
não existe esperança e
sentido para a vida!

O Cristo ressuscitado está
presente na Palavra do
Evangelho que é anunciada.
Quem a acolhe experimenta
a transformação profunda de
sua existência. Ouvir e viver
sua Palavra é fonte de vida
eterna. Não se trata de uma
"mágica", mas transformação
profunda, a partir de dentro!
Que na Páscoa mais ouvidos
e corações se abram para o
anúncio do Evangelho.
O Cristo ressuscitado está
presente nos irmãos e irmãs,
especialmente nos mais
pobres. Misteriosamente, sua
vitória acontece quando as
mãos se abrem para a
caridade, tanto que, desde os
primórdios da Igreja, a
partilha dos bens é sinal
seguro da autenticidade da
vida cristã. Em Cristo e com
Cristo são vencidas as
desigualdades e a injustiça.
Venham homens e mulheres
de todas as raças e povos
para a festa da fraternidade.
O Cristo ressuscitado está no
meio de nós, quando nos
reunimos em seu nome.
Sabemos que dois ou mais
reunidos na caridade e em
nome de Cristo trazem
consigo a potência
transformadora do mundo em
que vivemos. A sede de nosso
tempo é de relacionamentos
autênticos e sinceros,
convivência transparente que
atrai mais do que muitas
palavras. Renovem-se as
Comunidades de Igreja e a
Páscoa de Cristo suscite nova
e verdadeira capacidade para
estabelecer laços. Ninguém
passe em vão ao nosso lado.

O Cristo ressuscitado é
portador da Paz. Aos seus
temerosos discípulos se
apresentou com os sinais da
crucifixão, trazendo-lhes
este dom precioso. Paz, poder
para levar o perdão e a
misericórdia, envio
missionário e o sopro do
Espírito Santo. Tudo o que a
Igreja e os cristãos precisam
já estava ali! Na Páscoa que
celebramos neste ano, muitas
portas fechadas sejam
ultrapassadas pelo
Ressuscitado, para que sua
vitória vença as tristezas e os
medos do nosso tempo.
Venham todos ao Cenáculo
do Domingo de Páscoa! Ele
está disponível na Igreja,
cujas portas querem estar
escancaradas. Da Páscoa de
Cristo para frente, nada é
impossível, pois a vitória que
vence o mundo é a nossa Fé
no Ressuscitado!

O Cristo ressuscitado está
presente na Eucaristia.
Enquanto esperamos a sua
vinda gloriosa na final dos
tempos, é em torno do Altar
da Eucaristia que se
manifesta a exuberância de
sua presença. Desde o
princípio, Ele é reconhecido
na fração do Pão, o primeiro
nome da celebração
eucarística. Na Santa Missa
damos graças, ouvimos a
Palavra, Ele está no meio da
Comunidade Reunida, os
pobres e os pecadores são
acolhidos e o Senhor se faz
sustento, na Sagrada
Comunhão. Por isso, para
nós, celebrar a Páscoa é
achegar-nos à Assembleia
Eucarística, onde Cristo se
encontra! Venham, pois,
todos os que se encontram
distantes e dispersos, para
celebrar a festa da vida!
Aleluia!

Fonte: Canção Nova

Os sinais da Páscoa

Páscoa significa "passagem"
ou agradecimento por um
caminho de libertação
percorrido. Já no Antigo
Testamento, isso estava
muito presente na vida do
Povo de Deus. A Páscoa era
sinalizada por diversas
passagens: da Caldeia para
Canaã, daí para o Egito e do
Egito para a Terra
Prometida, atravessando o
Mar Vermelho e o deserto.
Todas foram marcas de
libertação.

Hoje, o grande sinal da
Páscoa é a ressurreição de
Jesus Cristo, o milagre da
vida, realizando a grande
aliança de Deus com seu
povo, sinalizando a passagem
do Antigo para o Novo
Testamento. Após a morte de
Cristo e Seu sepultamento, os
discípulos encontraram o
sepulcro vazio, sinal “ainda
duvidoso” de ressurreição, a
qual foi confirmada, mais
tarde, com as aparições,
tornando-se fonte de fé para
os cristãos.

Para entender os sinais do
mistério da ressurreição é
preciso acompanhar os
primeiros tempos da Igreja. É
fundamental compreender a
Sagrada Escritura para
entender o fato da morte
gerar vida. Não é necessário
ver para crer, mas o amor
conduz o discípulo a ter fé no
Cristo ressuscitado.
As cenas da Semana Santa
continuam acontecendo
ainda hoje. Elas reavivam em
nós o caminho da Paixão de
Cristo e nos lembram dos
sofrimentos de tantas pessoas
nas diversas faixas etárias e
situações do momento. Além
da pobreza vivida por muitos,
temos as doenças, a violência
no trânsito, as afrontas à vida
etc.

Os sinais da ressurreição
estão presentes na sociedade
hodierna. Eles podem ser
vistos naqueles que
conseguem vencer na vida,
saindo de uma situação de
sofrimento para uma vida
mais saudável. Isto acontece
tanto na condição física
como também na via
espiritual, no caminho de
encontro com Jesus Cristo e
na convivência comunitária.
Quem faz a experiência da
ressurreição, na prática da
vida cristã, deve ter uma
nova conduta de vida e
passar a olhar e cuidar
também das coisas do alto,
sobrenaturais e dimensões
divinas. Digo isso, porque
nossa vida é regida pela
vitória de Cristo na cruz.
Desejo uma Feliz Páscoa
para todos os leitores!

Dom Paulo M. Peixoto -
Arcebispo de Uberaba (MG)

quinta-feira, 28 de março de 2013

Eucaristia, manjar de vida

É muito belo, meus irmãos,
passar de uma festa para
outra, de uma oração para
outra, de uma solenidade
para outra. Aproxima-se o
tempo que nos traz um novo
início e o anúncio da Santa
Páscoa, na qual o Senhor foi
imolado.

Do Seu alimento nos
sustentamos como de um
manjar de vida, e a nossa
alma delicia-se com o
Sangue precioso de Cristo
como numa fonte. Contudo,
temos sempre sede desse
Sangue, sempre O desejamos
ardentemente, mas o nosso
Salvador está perto daqueles
que têm sede, e na Sua
bondade, convida todos os
corações sedentos para o
grande dia da festa, dizendo:
“Se alguém tem sede, venha
a mim, e beba” (Jo 7,37).

Sempre que nos aproximamos
d'Ele para beber, Ele nos
mata a sede; sempre que
pedimos, podemos nos
aproximar do Senhor. A graça
é própria desta celebração
festiva, não se limita apenas
a um determinado momento;
nem seus raios fulgurantes
conhecem ocaso, mas estão
sempre prontos para iluminar
as almas de todos que o
desejam. Exerce contínua
influência sobre aqueles que
já foram iluminados e se
debruçam, dia e noite, sobre
a Sagrada Escritura. Estes
são como aquele homem que
o Salmo proclama feliz
quando afirma: “Feliz aquele
homem que não anda
conforme o conselho dos
perversos; não entra no
caminho dos malvados nem
junto aos zombadores vai
sentar-se; mas encontra seu
prazer na lei de Deus e a
medita, dia e noite, sem
cessar” (Sl 1,1-2).
Por outro lado, amados
irmãos, o Deus que, desde o
princípio, instituiu esta festa
para nós, concede-nos a
graça de celebrá-la cada
ano. Ele que, para nossa
salvação, entregou à morte
Seu próprio Filho, pelo
mesmo motivo nos
proporciona esta santa
solenidade que não tem igual
no decurso do ano.

Esta festa nos sustenta no
meio das aflições que
encontramos neste mundo.
Por ela, Deus nos concede a
alegria da salvação e nos faz
amigos uns dos outros.
Conduz-nos a uma única
assembleia, unindo
espiritualmente a todos em
todo lugar, concedendo-nos
orar em comum e render
comuns ações de graças,
como deve-se fazer em toda
festividade. É este um
milagre de sua bondade:
congrega, nesta festa, os que
estão longe e reúne, na
unidade da fé, os que,
porventura, encontram-se
fisicamente afastados.

Santo Atanásio, Bispo –
Século IV
(Trecho extraído do livro
“Alimento Sólido” de Prof.
Felipe Aquino )

Família, escola do perdão e da vida

Sabe qual é a maior família
que existe? É a que nós
possuímos, por mais frágil e
complicada que ela seja.
Sabe qual é o pior inimigo do
real? Pensou? O pior inimigo
do real – da família real,
daquela que temos – é o
ideal. É aquela “ideia” que
carregamos acerca de um
modelo, cuja realidade toda é
“obrigada” a se adequar, mas
que – definitivamente – não
corresponde à nossa
realidade.

Nem sempre o real
corresponderá aos nossos
ideais, e quase perenemente
precisaremos, com leveza e
maturidade, nos reconciliar
com o real para podermos, a
partir dele, construir uma
encarnada felicidade. A
felicidade só será possível a
partir da verdade e da
realidade que,
verdadeiramente, nos
compõem.
Como dizia o poeta: “Eu sei
que a vida devia ser bem
melhor e será, mas isso não
impede que eu repita: é
bonita, é bonita e é bonita
(Gonzaguinha). E por mais
que a vida nos apresente
problemas e deformidades,
ela sempre será um palco de
belezas no qual precisaremos
protagonizar nossa história.

Nossos familiares são mesmo,
inúmeras vezes, imperfeitos
e muito difíceis de conviver.
Todavia, é no solo dessa
verdade (de nossa verdade)
que precisamos nos assumir
e, com bravura e heroísmo,
nos lançar na construção da
felicidade e de suas
específicas exigências.
Precisamos amar e valorizar
a família que temos: o pai, a
mãe, os irmãos que Deus nos
deu, independentemente de
como são. Sem dúvida, isso
não é fácil e se revela como
realidade muito desafiadora.
Entretanto, ninguém poderá
construir uma vida
verdadeiramente feliz sem
ter a consciência tranquila
pelo fato de ter lutado pelos
seus e de não os ter
abandonado em virtude de
suas fraquezas.

Percebo como muito sábio e
real o ditado que diz: “Quer
conhecer alguém? É só
observar como ele trata seus
pais”, pois uma consciente e
constante atitude de desamor
com relação aos próprios pais
revela uma séria e profunda
deficiência no caráter e na
forma de se relacionar.
Nossos familiares (os pais e
os demais) manifestam
nossas raízes e nossa
identidade, e negá-los seria
negarmos a nós mesmos.
Nossa família sempre
oferecerá possibilidades, seja
por meio de alegrias ou de
dores, para nos tornarmos
pessoas melhores. Nela,
poderemos viver a relação e
a abertura aos demais (não
sem conflitos, é claro), assim
compreendendo que não
somos o centro “absoluto” do
mundo.

Na família aprendemos –
por bem ou por mal - a
repartir o que temos e o que
somos, com a possibilidade
de, constantemente,
frequentar a escola do
perdão. Assim aprenderemos
a oferecer, aos outros e a nós
mesmos, uma nova chance
diante de cada circunstância
ou erro cometido.
Pela família aprendemos a
compreender a imensa
fragilidade humana que
envolve a todos, percebendo-
nos também como seres
fracos e constantemente
necessitados de ajuda e
atenção.

Enfim, a família é uma
escola de vida e de
construção da felicidade;
nela, o ser tem espaço para,
de fato, “ser” e acontecer.

(Trecho extraído do livro
"Construindo a felicidade" )

quarta-feira, 27 de março de 2013

A IGREJA DOS POBRES

O Papa Francisco disse,
durante o encontro com
jornalistas, na semana de sua
eleição como Sucessor do
Apóstolo Pedro, que a Igreja
deve ser, especialmente, dos
mais pobres. Esse é o desejo
mais profundo do coração de
Deus. Jesus, na admirável
passagem sobre o juízo final,
narrada em parábolas pelo
evangelista Mateus,
sublinhou: “Todas as vezes
que fizestes isto a um destes
meus irmãos pequeninos, foi
a mim mesmo que o
fizestes” (Mt 25, 40). Jesus
deixa, assim, uma clara lição
aos seus discípulos, que deve
ser sempre assumida pela
Igreja como importante
compromisso.

O Concílio Vaticano II, na
Constituição Pastoral
Gaudium et Spes, afirma que
“as alegrias e esperanças, as
tristezas e as angústias dos
homens de hoje, sobretudo
dos pobres e daqueles que
sofrem, são também as
alegrias e as esperanças, as
tristezas e as angústias dos
discípulos de Cristo; e não há
realidade alguma
verdadeiramente humana
que não encontre eco no seu
coração”. Assim, a voz do
Papa Francisco, fazendo
ecoar este desejo e sonho de
Jesus, reacende no coração
da Igreja a chama da opção
preferencial pelos pobres.
Essa opção, na sua força
espiritual e suas
consequências concretas na
vida e nos empenhos, é um
indispensável remédio que
modula a Igreja, povo de
Deus, comunidade de
discípulos com as orientações
de seu Mestre e Senhor.

'Gesto primeiro e permanente
é contemplar os rostos dos
sofredores que doem em nós',
sublinha o Documento de
Aparecida, fruto da 5ª
Conferência dos Bispos
Latino-Americanos e
Caribenhos, focalizando as
pessoas que vivem nas ruas
das grandes cidades, as
vítimas da violência familiar,
os migrantes, os enfermos, os
dependentes de drogas,
encarcerados, os que
carregam o peso e as
consequências da
discriminação, preconceitos,
falta de oportunidades, além
dos excluídos da participação
cidadã. O Papa Francisco,
que esteve presente e
participou de maneira
decisiva da 5ª Conferência,
convida a Igreja a viver o
pacto ali assumido e assim
detalhado no Documento de
Aparecida: “comprometemo-
nos a trabalhar para que a
nossa Igreja Latino-
Americana e Caribenha
continue sendo, com maior
afinco, companheira de
nossos irmãos mais pobres,
inclusive até o martírio”.
Francisco indica um caminho
que para ser percorrido, com
eficácia, precisa de vigor
espiritual, de coragem, da
profecia e da alegria
verdadeira que só brota no
coração de quem
compreende bem o desejo de
Deus. A Igreja está, pois, pela
palavra e gestos do Papa, a
revisitar os tesouros da fé
cristã, banhando-se neles
para alcançar uma
compreensão espiritual capaz
de conferir novos rumos à
vida pessoal, organização
eclesial e à sociedade. Uma
via que deve se concretizar
com o modelo da
globalização da solidariedade
e justiça internacional. Esse
compromisso nascido da fé
em Jesus Cristo irradia luz
sobre o caminho renovador
que a Igreja é chamada a
trilhar, com kººº oooforça e tarefa
de inspirar a sociedade a
Lfazer novas escolhas,
responsável que ela é
também pelos pobres da
Terra.

A simplicidade que emerge
de uma Igreja para os pobres
há de alcançar raízes que
tocam o mais profundo das
diversas organizações sociais,
exigindo mais transparência,
singularmente na conduta
pessoal e a coragem de uma
presença profética na vida
dos necessitados, nas
relações sociais e políticas.
São urgentes as ações na
configuração de projetos,
obras, diálogos, cooperação e
comprometimentos que
construam um rosto novo
para a sociedade
contemporânea, sem as rugas
das exclusões produzidas ou
das corrupções praticadas.
Que a Igreja renove sempre
sua opção preferencial pelos
pobres, realizando projetos
grandes ou pequenos, de
menor ou maior significação,
para reencontrar o ouro de
sua fé e os caminhos para
que ninguém sofra da mais
terrível pobreza: a distância
de Deus. Contemplar-se
como Igreja para os pobres é
viver uma recuperação
pujante, revisão humilde e
corajosa de atitudes, no
compromisso com o bem e
com a verdade, anunciando o
Reino de Deus. O broto de
esperança desse tempo
guarda potencial inesgotável
para a novidade da Igreja de
Cristo, no cumprimento de
sua missão ampla e
complexa, de ser dos pobres
para os pobres.

Dom Walmor Oliveira de
Azevedo
Arcebispo metropolitano de
Belo Horizonte (MG)

Família, escola do Perdão e da Vida

Sabe qual é a maior família
que existe? É a que nós
possuímos, por mais frágil e
complicada que ela seja.
Sabe qual é o pior inimigo do
real? Pensou? O pior inimigo
do real – da família real,
daquela que temos – é o
ideal. É aquela “ideia” que
carregamos acerca de um
modelo, cuja realidade toda é
“obrigada” a se adequar, mas
que – definitivamente – não
corresponde à nossa
realidade.
Nem sempre o real
corresponderá aos nossos
ideais, e quase perenemente
precisaremos, com leveza e
maturidade, nos reconciliar
com o real para podermos, a
partir dele, construir uma
encarnada felicidade. A
felicidade só será possível a
partir da verdade e da
realidade que,
verdadeiramente, nos
compõem.
Como dizia o poeta: “Eu sei
que a vida devia ser bem
melhor e será, mas isso não
impede que eu repita: é
bonita, é bonita e é bonita
(Gonzaguinha). E por mais
que a vida nos apresente
problemas e deformidades,
ela sempre será um palco de
belezas no qual precisaremos
protagonizar nossa história.

Nossos familiares são mesmo,
inúmeras vezes, imperfeitos
e muito difíceis de conviver.
Todavia, é no solo dessa
verdade (de nossa verdade)
que precisamos nos assumir
e, com bravura e heroísmo,
nos lançar na construção da
felicidade e de suas
específicas exigências.
Precisamos amar e valorizar
a família que temos: o pai, a
mãe, os irmãos que Deus nos
deu, independentemente de
como são. Sem dúvida, isso
não é fácil e se revela como
realidade muito desafiadora.
Entretanto, ninguém poderá
construir uma vida
verdadeiramente feliz sem
ter a consciência tranquila
pelo fato de ter lutado pelos
seus e de não os ter
abandonado em virtude de
suas fraquezas.
Percebo como muito sábio e
real o ditado que diz: “Quer
conhecer alguém? É só
observar como ele trata seus
pais”, pois uma consciente e
constante atitude de desamor
com relação aos próprios pais
revela uma séria e profunda
deficiência no caráter e na
forma de se relacionar.
Nossos familiares (os pais e
os demais) manifestam
nossas raízes e nossa
identidade, e negá-los seria
negarmos a nós mesmos.
Nossa família sempre
oferecerá possibilidades, seja
por meio de alegrias ou de
dores, para nos tornarmos
pessoas melhores. Nela,
poderemos viver a relação e
a abertura aos demais (não
sem conflitos, é claro), assim
compreendendo que não
somos o centro “absoluto” do
mundo.
Na família aprendemos –
por bem ou por mal - a
repartir o que temos e o que
somos, com a possibilidade
de, constantemente,
frequentar a escola do
perdão. Assim aprenderemos
a oferecer, aos outros e a nós
mesmos, uma nova chance
diante de cada circunstância
ou erro cometido.
Pela família aprendemos a
compreender a imensa
fragilidade humana que
envolve a todos, percebendo-
nos também como seres
fracos e constantemente
necessitados de ajuda e
atenção.
Enfim, a família é uma
escola de vida e de
construção da felicidade;
nela, o ser tem espaço para,
de fato, “ser” e acontecer.

(Trecho extraído do livro
"Construindo a felicidade" )

terça-feira, 26 de março de 2013

O que significa rezar com qualidade?

Reza com qualidade quem
compreendeu que na vida
espiritual - a qualidade - é
uma virtude alcançada por
quem é fiel. É a fidelidade,
portanto, a virtude maior
quando se trata da vida
oração. Isso significa que
mais alcança qualidade quem
reza todos os dias, mesmo
que seja por pouco tempo.
Todo dia, todo dia, 'todia'...
Mesmo pouquinho, com
grande coragem... Mesmo
entre dores e incertezas,
rezar, rezar e rezar! Jamais
esqueça: o segredo é a
fidelidade! Quem é fiel tem
qualidade! Estou rezando
com você!

NA IGREJA TUDO EXISTE A PARTIR DA PÁSCOA

O ano litúrgico como hoje o
conhecemos pretende levar
os católicos a celebrar
sacramentalmente a pessoa
de Jesus Cristo como
"memória", "presença",
"profecia". Na Igreja
primitiva, o mistério, a
celebração, a pregação, a
vida cristã tiveram um único
centro: a Páscoa - o culto da
Igreja primitiva nasceu da
Páscoa e para celebrar a
Páscoa.
No início da vida cristã
encontra-se o Domingo
como única festa, com a
única denominação de "Dia
do Senhor". Por influência
das comunidades cristãs
provenientes do judaísmo,
surgiu depois um "grande
Domingo", como celebração
anual da Páscoa. A partir do
séc. IV, com os decretos que
garantiam a liberdade de
culto aos cristãos,
começaram-se a celebrar na
Terra Santa os
acontecimentos da Paixão e
morte de Jesus Cristo, nos
locais e às horas em que
eram relatados nos
Evangelhos.
Nasceu assim a Semana
Santa e os peregrinos
estenderam este uso a todas
as igrejas. A celebração do
batismo na noite de Páscoa,
já em uso no século III, e a
disciplina penitencial com a
reconciliação dos penitentes
na manhã de Quinta-feira
Santa, já no século V, fizeram
nascer também o período
preparatório da Páscoa, ou
seja, a Quaresma, inspirada
nos "quarenta dias bíblicos".
A Semana Santa apresenta-
se, neste contexto, como a
Semana Maior do ano
litúrgico. Graças à peregrina
Egéria, que viveu no final do
século IV, conhecemos os
rituais que envolviam estas
celebrações no princípio do
Cristianismo. Ela descreve
em seu livro "Itinerarium" a
liturgia que se desenvolveu
em Jerusalém, teatro das
últimas horas de vida de
Jesus, e compreende o
intervalo de tempo que vai
do Domingo de Ramos à
Páscoa.
Na Idade Média, esta semana
era chamada a "semana
dolorosa", porque a Paixão de
Cristo era dramatizada pelo
povo, pondo em destaque os
aspectos do sofrimento e da
compaixão. Atualmente,
muitas igrejas locais dão
ainda vida a essa tradição
dramática, que se desenrola
em procissões e
representações da Paixão de
Jesus. Percurso celebrativo A
celebração dos mistérios da
Redenção, realizados por
Jesus nos últimos dias da sua
vida, começa pela sua
entrada messiânica em
Jerusalém. O Domingo de
Ramos abriu solenemente a
Semana Santa, com a
lembrança das Palmas e da
Paixão do Senhor.
Duas celebrações marcam a
Quinta-feira santa: a Missa
Crismal e a Missa da Ceia do
Senhor. Antigamente, na
manhã deste dia celebrava-
se o rito da reconciliação dos
penitentes, a quem tinha sido
imposto o cilício em quarta-
feira de cinzas. Hoje, a
manhã é preenchida pela
Missa Crismal, que reúne em
torno do Bispo o clero da
Diocese e são abençoados os
óleos dos catecúmenos e dos
enfermos e consagrado o
Santo Óleo do Crisma.
A origem da bênção dos óleos
santos e do sagrado crisma é
romana, embora o rito tenha
marcas galicanas. Em
conformidade com a tradição
latina, a bênção do óleo dos
doentes faz-se antes da
conclusão da oração
eucarística; a bênção do óleo
dos catecúmenos e do crisma
é dada depois da comunhão.
Permite-se, todavia, por
razões pastorais, cumprir
todo o rito de bênção depois
da liturgia da Palavra,
conservando, porém, a ordem
indicada no próprio rito. Com
a Missa vespertina da Ceia do
Senhor tem início o Tríduo
Pascal da Paixão, Morte e
Ressurreição do Senhor. É
comemorada a instituição
dos Sacramentos da
Eucaristia e da Ordem e o
mandamento do Amor (o
gesto do lava-pés).
A simbologia do sacrifício é
expressa pela separação dos
dois elementos "o pão" e "o
vinho". Esse evento do
mistério de Jesus também se
tornou manifesto no gesto do
lava-pés. Depois do longo
silêncio quaresmal, a liturgia
canta o Glória. No final da
Missa, o Santíssimo
Sacramento é trasladado para
um outro local, desnudando-
se então os altares. Na Sexta-
feira Santa não se celebra a
missa, tendo lugar a
celebração da morte do
Senhor, com a adoração da
cruz.
O silêncio, o jejum e a
oração marcam este dia. A
celebração da tarde é uma
espécie de drama em três
actos: proclamação da
Palavra de Deus,
apresentação e adoração da
cruz, comunhão. O Sábado
Santo é dia alitúrgico: a
Igreja debruça-se, no silêncio
e na meditação, sobre o
sepulcro do Senhor. A única
celebração primitiva parece
ter sido o jejum.
A Vigília Pascal é a “mãe de
todas as celebrações” da
Igreja. Celebra-se a
Ressurreição de Cristo, a Luz
que ilumina o mundo, e para
transmitir esse simbolismo
deve ser celebrada não antes
do anoitecer e terminada
antes da aurora. Cinco
elementos compõem a
liturgia da Vigília Pascal: a
bênção do fogo novo e do
círio pascal; a proclamação
da Páscoa, que é um canto de
júbilo anunciando a
Ressurreição do Senhor; a
série de leituras sobre a
História da Salvação; a
renovação das promessas do
Batismo e, por fim, a liturgia
Eucarística. Ainda hoje
continua a ser a noite por
excelência do Batismo.

Fonte: Canção Nova

segunda-feira, 25 de março de 2013

Semana Santa: "Deus não se cansa de perdoar"

Celebramos ontem, 24, o
Domingo de Ramos, também
chamado de Domingo da
Paixão, quando iniciamos a
Semana Santa; tempo único
durante o ano para parar,
contemplar e recomeçar um
caminho a exemplo de Jesus.
Eu chamo esta semana de a
“grande semana do perdão”.
O perdão de todas as nossas
falhas, a vida nova
conquistada na Paixão, morte
e ressurreição do Senhor
Jesus.
Estes fatos aconteceram
porque temos um Deus que
nos ama, que tomou por
primeiro a iniciativa de nos
resgatar da miséria humana e
nos cobrir para sempre com a
Sua infinita misericórdia. Por
isso é uma semana especial,
um tempo que revivemos a
cada ano, não como fatos do
passado e sim como
atualização aqui e agora da
presença de Deus que
continua salvando a cada um
de nós, criaturas feitas a Sua
imagem e semelhança.
Ao contemplar o Pai Deus
que em seu Filho Jesus nos
ama perdoando e nos perdoa
amando, nos chama para
realizar aqui e agora a
mesma realidade do amor
perdão entre nós humanos.
Sem merecimento fomos
perdoados por um Deus tão
humano e próximo de nós.
Por que somos tão
mesquinhos em negar o
perdão ou ficar guardando
rancor e raiva de quem com
motivos ou não nos feriu em
nossos sentimentos?
Nas nossas relações humanas
nunca se deve buscar
culpados e sim estabelecer
relações verdadeiras, no
amor desinteressado,
construindo o que nos
aproxima e nunca o que nos
divide.
Nesta semana os fatos que
vamos reviver começam na
quinta-feira às 9h30 na
Catedral com a missa da
benção dos óleos do crisma,
do batismo e dos enfermos.
Na presença de todos os
presbíteros, os quais renovam
nesta missa os compromissos
presbiterais, pois foi na
quinta- feira que Jesus
instituiu a Eucaristia e o
presbiterato.
Esta celebração marca o
início de todos os fatos de
nossa salvação. À noite, em
todas as igrejas, haverá
celebração da Ceia do
Senhor com o lava pés.
Relembrando aquele gesto e
aquelas palavras de Jesus:
“Se eu Mestre e Senhor
lavei-vos os pés, vos deveis
lavar os pés uns dos outros”.
Naquela memorável noite
Jesus deixa a sua presença
nas espécies de pão e vinho
dizendo: “Isto é meu corpo,
isto é meu sangue, fazei isto
em memória de mim”.
Na Sexta-feira Santa
contemplados a Paixão de
Jesus, às 15h na leitura da
Paixão e nas orações por toda
humanidade. Celebração que
não é a missa; aliás, esse é o
único dia do ano que não
celebramos a missa, mas
distribuímos a Eucaristia,
consagrada na missa de
quinta- feira santa. Sexta-
feira Santa é o dia da morte
do Senhor, quando derrama
do alto da cruz sangue e
água, num grito de salvação:
“Pai em tuas mãos entrego o
meu espírito”.
Contemplamos a cruz,
beijamos a cruz, como sinal
de nosso resgate, como
reconhecimento do imenso
amor de Deus em Jesus por
todos e cada um de nós.
Ninguém como Ele para nos
amar tanto e de tal forma.
Sábado da Vigília Pascal,
abençoamos o fogo, e
acendemos a coluna de cera,
simbolizando a luz de Jesus
que dissipa as trevas e
ilumina a noite do pecado.
Abençoamos a água, vida
nova, nascimento para Deus,
batismo, banho de
regeneração, noite do
aleluia, de um grito de
vitória que culminará na
madrugada de domingo.
Naquela penumbra do
terceiro dia, algumas
mulheres e três apóstolos são
as primeiras testemunhas do
túmulo vazio.
A notícia não parou até hoje.
Continuamos nós também a
proclamar que o Senhor está
vivo. O ressuscitado está no
meio de nós, caminha
conosco, como nos diz o
apóstolo Paulo: “Se Cristo
não tivesse ressuscitado
vazia seria nossa fé”. Essa é
a nossa Páscoa, vida nova em
Cristo Deus que não se cansa
de perdoar.

Fonte: Canção Nova

Como viver a Semana Santa?

Num clima de alegria e
esperança, provocado pela
ascensão ao pontificado
petrino do Papa Francisco,
iniciaremos - no Domingo de
Ramos - mais uma Semana
Santa com a entrada triunfal
de Jesus na cidade de
Jerusalém.
Aí começa uma nova fase na
história do povo de Israel,
quando todos se voltam para
a cena da Paixão, Morte e
Ressurreição de Jesus Cristo.
A Semana Santa deve ser um
tempo de recolhimento, de
interiorização e de abertura
do coração e da mente para o
Deus da vida. Significa fazer
uma parada para reflexão e
reconstrução da
espiritualidade, essencial
para o equilíbrio emocional e
segurança no caminho
natural da história de vida
com mais objetividade e
firmeza.
As dificuldades encontradas
não são fracasso nem
caminho sem saída. Elas nos
levam a firmar a esperança
na luta por uma vida sem
obstáculos intransponíveis.
Foi o que aconteceu com
Cristo, no trajeto da Paixão,
culminando com Sua morte
na cruz. Em todo esse
caminho, Ele passou por
diversos atos de humilhação.
A estrada da cruz foi uma
perfeita reveladora da
identidade de Jesus. Ele teve
de enfrentar os atos de
infidelidade e rebeldia do
povo que estava sendo infiel
ao projeto de Deus, inclusive
sendo crucificado entre
malfeitores. Jesus partilha da
mesma sorte e dos mesmos
sofrimentos dos assassinos e
ladrões de sua época.
Na Semana Santa devemos
associar ao sofrimento de
Cristo o mesmo que acontece
com tantas famílias e pessoas
violentadas em nosso tempo.
Podemos dizer da violência
armada, dos trágicos
acidentes de trânsito, das
doenças que causam morte,
do surto da dengue, dos vícios
que ceifam muita gente, etc.
Jesus foi açoitado,
esbofeteado, teve a barba
arrancada, foi insultado e
cuspido. O detalhe principal
é que nenhum sofrimento O
fez desistir de Sua missão
nem ter atitude de vingança.
Ele deixou claro que o
perdão é mais forte do que a
vingança.
Devemos aprender com Ele e
olhar a vida de forma
positiva, sabendo que seu
destino é projetado para a
eternidade em Deus.

Dom Paulo M. Peixoto -
Arcebispo de Uberaba (MG)

VAI E MÃO VOLTE A PECAR

O Evangelho descreve uma
cena dramática: uma mulher
pega em adultério está para
ser apedrejada até a morte.
O Levítico prescreve: “O
homem que cometer
adultério com a mulher do
próximo deverá morrer, tanto
ele como a mulher com
quem cometeu o delito.
Os escribas e os fariseus, que
se dizem justos, são os que
conduzem a mulher até
Jesus. Mas onde está o
homem envolvido no mal?
De fato, a Lei de Moisés
interditava o adultério, como
eles diziam. A pergunta deles
é para colocá-Lo à prova. O
silêncio de Jesus revela o
pecado dos acusadores, os
quais vão se retirando um a
um. No face a face entre a
mulher e Jesus, em que a
verdade de cada um é
iluminada, a palavra de Jesus
liberta, mostra a misericórdia
de Deus e abre um caminho
novo: “Ninguém te
condenou? Eu também não
te condeno! Vai e, de agora
em diante, não peques mais.”
O pecado dos fariseus e dos
homens religiosos de Israel,
em geral, consistia nisto:
condenar os fracos; nesse
caso, uma mulher pecadora,
e eximirem a si mesmos da
culpa e do castigo. Sem nos
apercebermos, constituimo-
nos como juízes e ditamos
sentenças a torto e a direito.
Descobrimos que, no mundo,
quase ninguém é perfeito,
mas pensamos em nosso
íntimo que nós mesmos o
somos. Basta escutar o tom
das críticas, a
autossuficiência das opiniões
que expomos, as “denúncias
proféticas” que emitimos, de
vez em quando, para
descobrir como esse toque
farisaico se aninha em nós.
A solução para tudo isso não
é o “vale tudo”. Jesus não
condenou a mulher, mas não
a deixou ir embora
simplesmente. Convidou-a a
seguir no futuro um caminho
diferente.
Jesus valorizava muito a
fidelidade à aliança. Ele era
um homem de palavra, de
compromisso. A mulher que
estava diante dele havia
rompido a aliança do
casamento, havia se oposto à
vontade do Criador, pois “no
princípio não era assim”.
Jesus sabia também que um
homem – que estava fora do
cenário – havia
compartilhado com ela dessa
ruptura da aliança e que
ambos haviam se
transformado em símbolos de
um povo infiel ao amor de
Deus.
Jesus a convida a um novo
começo. Ele também
descobre outros rompimentos
da aliança entre os
acusadores: “Quem estiver
sem pecado, atire a primeira
pedra.” E escreve no chão
várias vezes. Não sabemos
com certeza plena o que Ele
escrevia. Nesse gesto,
podemos descobrir o dedo de
Deus reescrevendo seu
compromisso de aliança na
areia movediça e frágil das
decisões humanas.
Que o nosso coração se abra
para receber essas lições e
também para nos colocarmos
como protagonistas desta
cena descrita no Evangelho,
a fim de que possamos
aparar nossas arestas.

+ Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de
Fora (MG)

A MATURIDADE DA IGREJA

Durante muitos séculos da
História da Igreja, sobretudo
por ocasião dos Conclaves
para eleger o novo Pontífice,
as interferências políticas
dos governos foram brutais.
Reis, imperadores, ditadores
e presidentes procuravam
influenciar diretamente nas
eleições do Papa: “Diga aos
cardeais que o meu
candidato é fulano”, ou
“Informe os eleitores que
não aceitarei como Papa
beltrano” ou ainda “Todos
saibam que a eleição de
sicrano provocará
rompimento com a Santa
Sé”. Com o correr dos
séculos, a Igreja aprendeu a
livrar-se de tais
interferências.
Nos tempos modernos, surgiu
um novo modelo de impor
candidatos: é a pressão
midiática, as pesquisas de
opinião, as casas de apostas,
as declarações de
“vaticanistas”. A intenção de
tais manipulações –
completamente irreais – é
fazer a cabeça dos cardeais
e, assim, colocar, no poder, as
pessoas de seus interesses,
que sigam as linhas de
atuação prescritas pelos
autores.
A eleição do Papa Francisco
veio demonstrar a liberdade
de espírito do Colégio
Cardinalício. Votaram
conforme a sua consciência.
Isso causa em todos os
católicos uma tranquilidade e
segurança quanto à lisura da
escolha.
O caso atual (sem pôr em
dúvida os últimos dez Papas),
comprova que a preocupação
não é a política ou outros
interesses menores. A
preocupação é bíblica: “É
preciso que um deles se junte
a nós para testemunhar a
ressurreição” (At 1,22).
Em outras palavras, o Papa
deve ser alguém que “viu o
Cristo”, e d'Ele dê
testemunho a partir de sua
experiência de vida.
Pelas apresentações até
agora ocorridas, percebe-se
que o Papa Francisco é um
homem de profundo trato
com o “Mestre e Senhor”. É
um homem de fé e oração
simples, até popular.
Os “hermanos” vão permitir
que, numa espécie de fogo
amigo, eu repita o bom
humor da minha roda de
amigos: “Enfim, um
argentino humilde!” Ou
ainda: “É a primeira vez que
se vê brasileiros trabalhando
em favor de um argentino”.
A escolha foi feliz, porque
ele [Papa Francisco] é uma
testemunha autêntica de
Jesus. Embora a idade não
permita atrasos, pela graça
do Espírito Santo ele
produzirá frutos em honra do
Pai.
Pedimos ao Senhor que o
abençoe e ao povo que o
acolha como legítimo
sucessor de Pedro.
Dom Aloísio Roque
Oppermann, scj
Arcebispo Emérito de
Uberaba